2018: Reflexões, Frustrações
e Esperanças
Publicado
no Jornal “O Fato” de 20/12/2017
Natal chegando e com ele muitas bocas e mentes a bradar o
“Amai-vos uns aos outros”, porém ecoando em poucos corações.
Onde foi parar o “Amai-vos uns aos outros” quando o
espirito do ganha/perde, do ódio, da intolerância ao outro é pauta diária na
nossa sociedade?
Onde está o “Amai-vos uns aos outros” quando a ideia de
exclusão do estado como fomentador da oferta, como regulador do mercado
econômico, como empreendedor e sócio daqueles que não tem capital para empreender
serve somente para aqueles mesmos que a 500 anos controlam os recursos públicos
e utilizam para seus grupos, deixando as migalhas para a maioria?
Engraçado que vira o ano novo, chega 2018 e as pessoas, como
num passe de mágica, acreditam que “porque o ano mudou tudo agora é novo”, uma
nova vida, um novo mundo, um novo salvador da pátria, um novo milagre. E assim,
ao acordar de mais um desses golpes dos devaneios proporcionados pelos meios de
sedução dos dominantes, o povo se envergonha de sua decisão e se fecha em seu
orgulho ferido até o próximo “Novo Milagre” que virá do além e que ele não
precisa fazer nada.
Ora, um povo sem ação, sem atitude, sem opinião, sem
movimento é o ideal para aqueles que sempre se serviram desse mercado que não
precisa crescer pois sabem que anestesiando a inconformidade popular, via ópios
de diversas formas, estarão mantendo seus privilégios econômicos, pois sabem
que é a inconformidade que alavanca o desenvolvimento.
Em 2018 tenho a esperança de estar errado, do contrário,
teremos mais um ano de sofrimento econômico para os mais pobres, especialmente
os das cidades de economia altamente dependente dos investimentos públicos como
São Gabriel e muitas da metade sul do Rs
Em 2018 nós, o povo, teremos a esperança de resgatar o
direito de determinar que projeto queremos em nosso país e paremos de ir atrás
de ideias milagrosas, de artistas da política e falsos não políticos, de
mágicos econômicos e passemos a olhar com senso crítico e prático tudo o que os
projetistas estão falando e fizeram e, principalmente, paremos de nos omitir em
nossos grupos de opinião, pois “a ideia que não é posta à crítica, é frágil”
Feliz 2018.